Carlos Sousa de Almeida e Carlos M. Fernandes (organizadores)
Traduções de Carlos Sousa de Almeida



Introdução por Carlos M. Fernandes
Posfácio por Carlos Sousa de Almeida



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«O Lápis Mágico»

Já está publicado e à venda.

Pré-apresentação em Coimbra. Fotografia de Carlos M. Fernandes.



O homem de ciência e o chamado amador

«E, ao mesmo tempo que o profissional, no ramerrame esmagador do seu trabalho, utilizava, aplicava, aperfeiçoava e simplificava processos, o homem de ciência e o chamado amador (e quantas vezes estas duas denominações não andam juntas) deduziam, estudavam, inventavam, ensinavam.» in Boletim Photographico - Um programa simples (1900) 


Rua da Ponte Nova, Porto, calótipo, ca. 1850, Frederick William Flower, publicado em O Tripeiro

A fotografia e a inclemência do tempo

Em 1874, J. Laurent fotografou El Perro Semihundido de Francisco de Goya no seu entorno original: os muros da Quinta del Sordo, a casa de Goya. Na fotografia distingue-se claramente um rochedo e duas pequenas manchas que parecem ser aves. Na obra original, actualmente no Museu do Prado, em Madrid, já mal se vê a rocha e os pássaros desapareceram. O cão olha agora para o vazio. A fotografia, até no ofício aparentemente inócuo da reprodução de obras de arte, olha para o passado e anuncia-nos a inclemência do tempo.





Os Salões Fotográficos de Londres e Walter L. Colls

O Salão Fotográfico e os seus portafólios, inícios e propósito, etc., com as respectivas fotogravuras: 1895 e 1896. A ler e a ver em The PhotoSeed Archive.



Fotografia Pictórica

O ensaio «Fotografia Pictórica» foi publicado na edição de Novembro de 1899 da revista Scribner’s Magazine e ilustrado com fotografias da autoria de Stieglitz. O texto é um resumo das suas ideias e prática fotográfica e discute técnicas alternativas, fundamentais para a linha estética do pictorialismo.



Alfred Stieglitz, Consertando as Redes, fotogravura, 1894

O pictorialismo e a fotomontagem

Henry Peach Robinson (1830-1901) e Oscar Rejlander (1813-1875) inauguraram a escola (o pictorialismo) com as suas fotomontagens e os que se seguiram burilaram os métodos. 


Oscar Gustav Rejlander, Tempos Difíceis, ca. 1860
Henry Peach Robinson, Páscoa no Norte, 1890

Directamente da natureza

«(...) é nossa opinião que a melhor arte foi feita directamente da natureza e que nenhuma "intenção" necessita de expressão.» in Peter Henry Emerson, «Fotografia, Uma Arte Pictórica», Naturalistic Photography for Students of Art, 1889.


Peter Henry Emerson, As Grilhetas do Inverno, fotogravura, ca. 1890
 

Peter Henry Emerson, O Pescador Solitário, fotogravura, ca.. 1890
´
Do álbum Marsh Leaves, publicado em 1895.

Miniaturas

«As fotografias obtidas sobre marfim, ou sobre substâncias inventadas que imitam o marfim, e coloridas à mão a imitar a natureza, como as que podemos ver nos estabelecimentos dos senhores Dickinson, Claudet, Mayall, Kilburn, etc., são tudo o que é preciso para satisfazer a simples necessidade de retratos, e, em certos casos, podem mesmo ser classificados como produções artísticas de um tipo pouco comum.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia».



Miniatura de Gugliemo Faija do Príncipe Alberto
Aguarela s/ marfim, 1862, com base em fotografia de John Edwin Mayall


«Sempre e Nunca»

«Reparei até num excelente pequeno grupo escultórico de que infelizmente não tomara nota do número e, quando quis saber o tema, reli quatro vezes o catálogo, sem resultado. Acabou por ser o senhor que amavelmente me informou que se chamava Sempre e Nunca. Senti-me sinceramente desolado por ver que um homem de verdadeiro talento cultivava inutilmente o rébus.» in Charles Baudelaire, «O Público Moderno e a Fotografia» (1859) 

Sempre e Nunca, Pierre-Eugène-Émile Héber, 1863, bronze
(Desconhece-se a localização do gesso original, de 1859.) 

«Beaudelaire»

«Uma vez que a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exactidão (acreditam nisso, os insensatos!), a arte é a fotografia.» in Charles Baudelaire, «O Público Moderno e a Fotografia» (1859)


Carte-de-visite de Baudelaire por Carjat 
com inscrição à pena «Beaudelaire»



A perfeição é impossível

«Não é perfeita, porque a perfeição é impossível, mas raramente vi algo assim tão bom.» 

Carta de 6 de Outubro de 1863 de Baudelaire para Étienne Carjat



Étienne Carjat, retrato de Baudelaire, 1863

Conhecimento do mundo

«A fotografia providencia este conhecimento ao mundo. É a testemunha ajuramentada de tudo o que se apresenta diante dela. (...) O que são as suas representações do fundo dos oceanos e da superfície da Lua – do lançamento do Marlborough (...)» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia»


Thomas Richard Williams, vista do lançamento à água do Marlborough,
daguerreótipo estereoscópico, 1855

A cooperação da electricidade com a fotografia

«Aquele que era o objectivo principal de Niépce nos primeiros alvores da arte, isto é, transformar a chapa fotográfica numa superfície passível de ser impressa, o que tinha sido realizado de boa-fé pelos senhores Fox Talbot, Niépce de Saint-Victor e outros, mas por métodos demasiado complicados para o seu uso prático, é agora feito pela cooperação da electricidade com a fotografia com uma simplicidade e perfeição que preenchem todas as condições. Esta invenção é obra do Sr. Pretsch, de Viena.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)


Paul Pretsch, Tesouros da Arte Fotográfica, 1856

O uso do colódio

«O Daguerre deste Niépce foi um compatriota nosso - o Sr. Scott Archer - que tem direito à fama não só por este extraordinário melhoramento, como pela generosidade com que o deu a conhecer ao público. O nascimento e a ascendência do colódio estão entre os recentes prodígios da época. O algodão-pólvora – uma descoberta em parte francesa, em parte alemã – não passa de uma criança nos anais da ciência química; e o colódio, que é uma solução deste composto em éter e álcool, é o seu resultado.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)

 

Scott Archer, Sparrow House, Ipswich, colódio, ca. 1856

Os melhoramentos do daguerreótipo

«Pode acrescentar-se que tudo o que tem sido feito desde então quanto ao daguerreótipo são melhoramentos na mesma direcção. Este tem o cunho de uma grande invenção – não requer nem admite nenhum desvio essencial do seu processo. Aqueles que têm contribuído para o aperfeiçoar são da mesma raça do inventor.  O primeiro [Fizeau], ao utilizar uma solução de cloreto de ouro, protegeu o daguerreótipo do desgaste e deu-lhe um acabamento e uma qualidade mais elevados.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)


Hippolyte Louis Fizeau,  Excursões Daguerrianas, década de 1840