Carlos Sousa de Almeida e Carlos M. Fernandes (organizadores)
Traduções de Carlos Sousa de Almeida



Introdução por Carlos M. Fernandes
Posfácio por Carlos Sousa de Almeida



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Directamente da natureza

«(...) é nossa opinião que a melhor arte foi feita directamente da natureza e que nenhuma "intenção" necessita de expressão.» in Peter Henry Emerson, «Fotografia, Uma Arte Pictórica», Naturalistic Photography for Students of Art, 1889.


Peter Henry Emerson, As Grilhetas do Inverno, fotogravura, ca. 1890
 

Peter Henry Emerson, O Pescador Solitário, fotogravura, ca.. 1890
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Do álbum Marsh Leaves, publicado em 1895.

Miniaturas

«As fotografias obtidas sobre marfim, ou sobre substâncias inventadas que imitam o marfim, e coloridas à mão a imitar a natureza, como as que podemos ver nos estabelecimentos dos senhores Dickinson, Claudet, Mayall, Kilburn, etc., são tudo o que é preciso para satisfazer a simples necessidade de retratos, e, em certos casos, podem mesmo ser classificados como produções artísticas de um tipo pouco comum.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia».



Miniatura de Gugliemo Faija do Príncipe Alberto
Aguarela s/ marfim, 1862, com base em fotografia de John Edwin Mayall


«Sempre e Nunca»

«Reparei até num excelente pequeno grupo escultórico de que infelizmente não tomara nota do número e, quando quis saber o tema, reli quatro vezes o catálogo, sem resultado. Acabou por ser o senhor que amavelmente me informou que se chamava Sempre e Nunca. Senti-me sinceramente desolado por ver que um homem de verdadeiro talento cultivava inutilmente o rébus.» in Charles Baudelaire, «O Público Moderno e a Fotografia» (1859) 

Sempre e Nunca, Pierre-Eugène-Émile Héber, 1863, bronze
(Desconhece-se a localização do gesso original, de 1859.) 

«Beaudelaire»

«Uma vez que a fotografia nos dá todas as garantias desejáveis de exactidão (acreditam nisso, os insensatos!), a arte é a fotografia.» in Charles Baudelaire, «O Público Moderno e a Fotografia» (1859)


Carte-de-visite de Baudelaire por Carjat 
com inscrição à pena «Beaudelaire»



A perfeição é impossível

«Não é perfeita, porque a perfeição é impossível, mas raramente vi algo assim tão bom.» 

Carta de 6 de Outubro de 1863 de Baudelaire para Étienne Carjat



Étienne Carjat, retrato de Baudelaire, 1863

Conhecimento do mundo

«A fotografia providencia este conhecimento ao mundo. É a testemunha ajuramentada de tudo o que se apresenta diante dela. (...) O que são as suas representações do fundo dos oceanos e da superfície da Lua – do lançamento do Marlborough (...)» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia»


Thomas Richard Williams, vista do lançamento à água do Marlborough,
daguerreótipo estereoscópico, 1855

A cooperação da electricidade com a fotografia

«Aquele que era o objectivo principal de Niépce nos primeiros alvores da arte, isto é, transformar a chapa fotográfica numa superfície passível de ser impressa, o que tinha sido realizado de boa-fé pelos senhores Fox Talbot, Niépce de Saint-Victor e outros, mas por métodos demasiado complicados para o seu uso prático, é agora feito pela cooperação da electricidade com a fotografia com uma simplicidade e perfeição que preenchem todas as condições. Esta invenção é obra do Sr. Pretsch, de Viena.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)


Paul Pretsch, Tesouros da Arte Fotográfica, 1856

O uso do colódio

«O Daguerre deste Niépce foi um compatriota nosso - o Sr. Scott Archer - que tem direito à fama não só por este extraordinário melhoramento, como pela generosidade com que o deu a conhecer ao público. O nascimento e a ascendência do colódio estão entre os recentes prodígios da época. O algodão-pólvora – uma descoberta em parte francesa, em parte alemã – não passa de uma criança nos anais da ciência química; e o colódio, que é uma solução deste composto em éter e álcool, é o seu resultado.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)

 

Scott Archer, Sparrow House, Ipswich, colódio, ca. 1856

Os melhoramentos do daguerreótipo

«Pode acrescentar-se que tudo o que tem sido feito desde então quanto ao daguerreótipo são melhoramentos na mesma direcção. Este tem o cunho de uma grande invenção – não requer nem admite nenhum desvio essencial do seu processo. Aqueles que têm contribuído para o aperfeiçoar são da mesma raça do inventor.  O primeiro [Fizeau], ao utilizar uma solução de cloreto de ouro, protegeu o daguerreótipo do desgaste e deu-lhe um acabamento e uma qualidade mais elevados.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857)


Hippolyte Louis Fizeau,  Excursões Daguerrianas, década de 1840

A primeira prática séria e profissional da arte

«Foi em Edimburgo que começou a primeira prática séria e profissional da arte, e os calótipos dos senhores Hill e Adamson continuam a ser até hoje os espécimes mais pitorescos da nova descoberta.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia»


Hill e Adamson
Alexander Rutherford, William Ramsey e John Liston
ca. 1844-1845

Hill e Adamson, Peixeiras de Newhaven, ca. 1845

Rev. J. B. Reade

«Outro impulso imediato foi dado por uma prelecção na London Institution, em Abril de 1839, feita pelo Rev. J. B. Reade, recomendando o uso do ácido gálico, além do iodeto ou cloreto de prata, como meio de aumentar bastante a sensibilidade da preparação.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» 


Rev. J. B. Reade, auto-retrato, meados da década de 1850

Antoine Claudet

«Em 1848, surgiu em cena Claudet e mais alguns, mas em virtude dos obstáculos então existentes, o seu número, mesmo em 1852, não ultrapassava os sete. Em 1855, com a extinção da patente e a influência da Photographic Society, subiu para 66 – em 1857, os fotógrafos têm um cabeçalho próprio e o seu número eleva-se a 147.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857) 


Claudet, A Lição de Geografia, daguerreótipo estereoscópico, 1851

Claudet, retrato de Fox Talbot, ca. 1854



Artista de daguerreótipos

«Os anais da fotografia, coligidos no London Directory, embora tão recentes, são minuciosos. Já em 1842, um indivíduo de nome Beard intitulou-se artista de daguerreótipos. Em 1843, abriu estabelecimentos em quatro bairros diferentes de Londres, chegando mesmo à Wharf Road e à City Road, e assim abasteceu sozinho a capital até 1847.» in Lady Elizabeth Eastlake, «Fotografia» (1857) 


Jabez Hogg faz um retrato no estabelecimento de Richard Beard
daguerreótipo de autor desconhecido, 1843

Daguerreótipo de Richard Beard, 1845
Sir John Franklin