Carlos Sousa de Almeida e Carlos M. Fernandes (organizadores)
Traduções de Carlos Sousa de Almeida



Introdução por Carlos M. Fernandes
Posfácio por Carlos Sousa de Almeida



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O retrato

«- Vamos fazer-lhe um retrato admirável, senhor. Nem o reconhecerão. - E de que serve fazer um daguerreótipo – exclama Balandard – se não me reconhecem? – É uma maneira de falar, meu caro senhor… Queira sentar-se e não se mexa...»  in Champfleury, A Lenda do Daguerreótipo (1863) 


Litografia de Honoré Daumier, da série Les Bons Bourgeois, 1847

[Posição tida como a mais cómoda para se obter um belo daguerreótipo]

Houve, no entanto, antes de se chegar à fotografia e ao retrato, outras tentativas e métodos, como por exemplo o das silhuetas e a respectiva máquina para o seu desenho. 

William Talbot escrevia sobre o método das silhuetas:
«Outra finalidade para a qual penso que o meu método virá a ser muito conveniente é a da realização de retratos de perfil ou silhuetas. Estes são actualmente feitos à mão a partir das sombras projectadas por uma vela. É muito natural, porém, que a mão se afaste do contorno exacto, e basta um pequeno desvio para que a semelhança se altere de maneira extraordinária. Creio que este processo manual não tem comparação com a precisão e a fidelidade com que o retrato é obtido mediante a acção dos raios solares.» in «Sobre a Arte do Desenho Fotogénico, ou processo segundo o qual os Objectos da Natureza por si mesmos se desenham sem o socorro do Lápis do Artista»


Ensaios sobre a Fisiognomonia, Johann Kasper Lavater, 1792

Ou ainda o do fisionotraço, inventado por Gilles-Louis Chrétien, um processo mecânico de execução de retratos (abaixo).




Conde de Yoldi pelo fisionotraço, colecção Veerle Van Goethem